07.05.2015 – Antônio Fábio
(Crônica publicada
no jornal O Imparcial de 24 de maio de 2015)
A corrupção na Petrobras foi a maior na
história do Brasil. Eu que sempre pensei que isso era o pior que se poderia ver,
mas o pior estava por vir, ou seja: esses desvios do nosso numerário para serem
aplicados em países vizinhos sem transparência. Obras executadas sem o
conhecimento do povo. Estou comprometido com a verdade e com o patriotismo. Tudo
seria fácil se não fossem as dificuldades. Agora, só nos resta a esperança de
uma futura redenção, com corruptos, corruptores e os demais evolvidos
devidamente punidos para o bem geral da nação. Isso é uma DANAÇÃO mesmo,
literalmente. De uma coisa tenho certeza, estamos sendo administrados por
aproveitadores e gatunos em busca de cargos e benefícios próprios. Não temos uma civilização, e sim uma
república de bananas. Que vergonha! Estamos em um mar revolto e intenso. Somos
náufragos. O Voto deveria ser facultativo. Eu não votei graça a Deus. Político rouba o erário / E ainda e nosso o salário/ E
muitos ainda dizem que apóiam o sufrágio / Não vou emprestar meu apoio /Quem empresta, adeus.
Parafraseando Aparício Torelly (Barão De
Itararé): negociata é todo
bom negócio para o qual não fomos convidados.
Escrevo porque vejo muitas coisas que
muitos não veem ou não querem ver. Estou tentando acender uma luz e expor aos
olhos de nossos irmãos, fatos que muitos tentam manter na escuridão. Corro
muito risco em falar disto tudo, mas é meu dever de cidadão de bem e de bons
princípios. Não sou contra e nem a favor de qualquer partido político, mas
quero uma vida digna para “nosotros
brasileños”. Que tenhamos acesso a saneamento, à educação e saúde de
qualidade. Não podemos cruzar os braços sabendo que grande parte da população
está em desvantagem em relação aos privilegiados. Temos uma injustiça
histórica. Luto por transparência e ética, valores que penso seja o caminho
para a construção de um país justo e próspero. Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
No nosso cotidiano
nos deparamos com situações embaraçosas que nos tiram do sério, que nos levam a
falar, gritar e botar pra fora tudo que nos vem à mente, coisas ruins e boas.
Amigos que residem na França me mandaram um correio eletrônico inacreditável.
Foi a primeira vez que fiquei sabendo do assunto. Foi sobre o BNDS dizendo que patrocina
ideologia partidária, enriquece protagonistas do sistema e empobrece o Brasil. Pesquisando,
percebi que tudo era como se fosse um “iceberg” em cuja ponta aparece o ”mensalão”
e, quase dez vezes maior o ’’petrolão” e, pasmem! – na parte submersa, aparece
o BNDS, com o tamanho no mínimo o suficiente para considerar o “petrolão” um
mero troco, e o “mensalão”, um insignificante gorjeta. Segredo de estado,
maracutaia de empresas brasileiras financiando obras no exterior. Obras sem
nenhum interesse para o brasileiro. Fico indignado. Acho que você vai se
estarrecer comigo com esse lamaçal de corrupção e falta de transparência
administrativa. Não merecemos isso. Foram milhões e até bilhões de dólares para
Cuba, Equador, Panamá, Argentina, Venezuela, Moçambique, Nicarágua, Bolívia,
Peru e Uruguai. Nosso país está sendo sucateado, com nosso dinheirinho jogado
pelo ralo. Fico indignado e às vezes desesperançado com tanta safadeza, sem
saber a quem recorrer, mas sabendo que “Vox populi, Vox Dei”.
Se condenado
vão para a cadeia / Não adianta / Ele vai ficar em prisão domiciliar / Onde já
estou e os ladrões soltos na rua / Por isso não votei e não me arrependi. Rezo por dias melhores e
luto por isso.
“Todo homem que se vende recebe mais do que vale” (Marques
de Itararé).
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