quarta-feira, 20 de novembro de 2013

- Seria o Brasil do Robinho ou do Roubinho? III


               Seria o Brasil do Robinho ou do Roubinho? III

 


Enquanto o Robinho entra no campo e ganha porque agora é mais equilibrado e experiente, o Roubinho continua ganhando no campo desmatando, roubando dinheiro público até de cestas básicas e recebendo mensalões e propinas de empresários paulistas. Esses auditores fiscais da prefeitura paulistana, uma vergonha! Desses fomos obrigados e pedir quebra do sigilo fiscal e bancário. Essa quadrilha está sendo desbaratada. Enquanto isso, o Robinho entra na igreja porque viu o cartaz: “se você está cansado de pecar, entre”. O outro, ou seja o Roubinho, escreveu debaixo do cartaz: “se não estiver, ligue: Deputado X + Y do mensalão ou auditor da prefeitura de São Paulo nº 9915.6874. Um com um ótimo banco do reservas, outro com ótimas reservas no banco. Um jogando no Milan da Itália, o outro jogando nos bancos da Suíça. Um joga bola o outro pega bola. São esquemas de corrupção por todos os lados. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Judas Tadeu e todos os Santos, amém!
Não me preocupo com você que vê esses problemas, me preocupo com você que não os vê. Às vezes fico pensando: quando um cara não tem assunto ele fica com esses disse e disse ainda mais. Uma crônica com falta de assunto é uma tradição nacional, assim como o Robinho também o é. Penso até que algum cronista deveria se valer de um cardápio de assuntos. O meu cardápio vem do dia-a-dia, do quotidiano, da realidade. Se você não está gostando, está com o saco cheio dessa crônica, paciência! Ainda bem que não sou eu o leitor. Kkkkkk! Dos males o menor, ainda bem que sobrou você para me ler.
Porque estou falando disso agora? Justamente porque o nosso ídolo Robinho deve ser admirado, não só porque deve participar da COPA 2014 e pra mim deve ser titular. Quando um pobre rouba um pão é chamado de ladrão, quando um rico rouba é chamado de esperto... Oh la la la, c “est magnifique!!! Parece-me que o  Felipão vai convocar esta realidade brasileira respeitada na Europa, o Robinho. Pode ser que ele tenha pensado: aqui no Brasil temos que ganhar essa copa e a melhor maneira de não cair no precipício é dar um passo atrás. Penso que qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas somente um gênio é capaz de vendê-lo. Por isso vamos curtir nosso gênios, e o Robinho é um deles. Penso que ainda poderei ver de novo: pedala Robinho, pra cima deles Robinho. Ainda bem que não é do  Rubinho nem o Roubinho.
Gostei muito dessa vitória de 2 X 1 sobre o Chile. Robinho marca e Brasil encerra 2013 com nova vitória, desta vez em TORONTO no Canadá onde estava fazendo 22° dentro do estádio e Menos 3° do lado de fora. É mole?

Tomara que o Flamengo repatrie o Júlio César e o Robinho, Tá na moda mesmo!

 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

- Nossos pequeninos no América



              Nossos pequeninos no América
                                                                                                                          12.05.2013                                                                                                                                                                                                     
Futebol de Salão – Futsal


Pequena história

O Futebol de Salão é, praticamente, o futebol adaptado para prática em uma quadra esportiva por times de apenas 5 jogadores. Esse esporte cativa e impressiona pela sua grandeza, por isso é o mais praticado do Brasil, superando o futebol de campo que ainda assim é o mais popular. No meu tempo, esse esporte inventado pelos Uruguaios por volta de 1934, tomou vida no Brasil logo no começo e posteriormente em toda a América do Sul e agora em todo o mundo. Era regulamentado pela  Federação Internacional de Futebol de Salão ou futsal de quadra conhecida como futebol de salão-FIFUSA, posteriormente assumido e regulamentado, também, pela FIFA. Hoje o termo Futsal denomina a prática do esporte nas duas versões. A respeito das divergências históricas, futebol de salão e futsal são tecnicamente o mesmo esporte. As regras ao longo do tempo são constantemente alteradas, inclusive o tamanho do campo e da bola e  seu peso. Adquiriu maior semelhança com o futebol de campo e ganhou maior dinâmica com novas regras que o tornaram mais ágil como o goleiro linha, por exemplo. Dos 10 campeonatos mundiais o Brasil venceu sete nos tempos do Manoel Tobias, o craque artilheiro e do Falcão malabarista não menos artilheiro. A Espanha teve duas vitórias e o Paraguai uma. A FIFUSA organizou os três primeiros campeonatos mundiais e os restantes, a FIFA.

A "bola pesada" acabou por se tornar uma das mais interessantes características originais do futebol de salão. Em 1957 surgiu a primeira iniciativa de se uniformizarem as regras do esporte, através da criação do Conselho Técnico de Assessores de Futebol de Salão, por Sylvio Pacheco, então presidente da Confederação Brasileira de Desportes (CBD). Em 1959 eu me mudei para Belo Horizonte e cheguei a praticar o esporte no time titular do CRUZEIRO disputando o Campeonato Mineiro. Não valia gol de dentro da área, não valia gool de cabeça, a bola não poderia ser arremessada pelo goleiro além do seu campo, não havia o goleiro linha, situação  alterada para melhor - recentemente pela FIFA - etc. etc.. O esporte rapidamente adquiria crescente popularidade em todo o país. Aí me mudei para Rio Pomba e vim trabalhar no Banco do Brasil onde me aposentei. Na época fomos campeões pelo América em um torneio regional. Nosso saudoso time: Marcinho sobrinho  da Carminha do Totõe Cassiano de 92 anos que ainda toca sanfona na nossa Feira Musical (aqui é o Cassiano Quesivira), Jarbinhas do Sô Lino Serpa, Henrique (do Sr. Abelardo), Antônio Fábio, Franklin do Dr. Zé Reis, Wanderlei Arantes e Zé Henrique dentista. Posteriomente continuamos com o time do Banco do Brasil: Wálter Coutinho, Casé, Hervé, Antônio Fábio, Chico Caiafa, Damião de Paula, Mauríco Senra e o Luís Gonzaga. Nosso time era muito bom e não perdíamos fácil não. Bons tempos aqueles!
Agora, nossos pequeninos do futsal do Amèrica:

Atletas da manhã: Sub 6: Fabinho Quintão (meu neto), Gabriel Gonçalves,  Emanuel Nunes, Thiago Gravina, João Pedro, Henrique Castro, Murilo, Miguel Lavorato, Eduardo Reis, Euler Barreto, Yudi Bomtempo, João Vitor, Kauan, Romeu Neto, Heitor da Mota. Sub l0 e 12: Luís Paulo, João Vitor, Eduardo, Denis Magno, Elói Grossi, Diogo, Juan Trajano, Matheus Nascimento.

Atletas da tarde Sub 12 e sub 10: Aiko Bomtempo, Luís Eduardo Malta, Hélder Júnior, Henrique Vidigal, Pedro Araújo, Pedro Costa, Rafael Santini, Richeli, Daniel Júnior, Talbert Salgado, Vitor Araújo, Vitor Silveira, Vitor Gomes, João Carlos, João Lucas Gonçalves, João Pedro, Matheus Vilela, Alex Abida, Juan Carlos, Jean Ferreira, Alonso Dalmoro, Fernando Dalmoro, Diogo Rodrigues, Matheus Rodrigues, Renan Franco, Eduardo Majeste, Caetano Ferreira, Caio Fófano, Gustavo Canônico, Hugo Ferreira, Igor do Carmo, João Ivo, João Pedro Pacheco, Luís Felipe Assunção, Erick Faria,  Yuri Fernando, Tel, Davi, Wilson Demolinari, Jean Afonso, Rai, Igor Lima, Heitor, Luís Felipe, Arthur, Gustavo Campos, Brian, Rafael, Vitor da Costa, Vitor Líbero, Hugo Amaral, Eduardo Andrade, Marco Polo e Rooney Soares.

Vejo, com alegria, agora uma nova safra de CRAQUES MIRINS-INFANTIS que estão sendo formados no AMÉRICA com a competente comissão técnica: Diego Ferreira,  Fábio Soares,  e Glawber. Estou de olho para saber se o trabalho vai continuar sendo desenvolvido de forma coerente com a faixa etária de maneira adequada, respeitando a individualidade das crianças, independentemente dos interesses do América e dos professores. Estamos atentos, também, a sinais de comportamento verbal (palavras e frases) e do comportamento não-verbal (gestos e movimentos) durante a preparação. Aprendi que essas crianças não devem competir com menos de 10 anos (salvo melhor juízo - smj) porque não têm ainda amadurecimento motor, entre outras coisas. Penso que está tudo nos conformes.

Toda quarta e sexta às 8 horas levo meu neto FABINHO (6 anos) para treinar. É uma satisfação e um orgulho muito grande pra mim. Nossos times de Futsal do América, sábado passado, ganharam de balaiada de três times de Barbacena. Não se encantar com o esporte é pior do que dirigir  camionete e passar o sábado mudando canal de controle remoto de TV. Em suma, estamos dando uma oportunidade muito boa para os nossos jovens. O futebol é uma linguagem universal de milhões de crianças no mundo. Penso que estes jogos no América não são um privilégio das nossas crianças, mas sim um direito fundamental delas. O denominador comum é a bola lá na quadra do América, o respeito, o aprendizado, um lugar no qual os meninos brincam numa quadra ao invés de brincar nas ruas e locais abandonados. Isto é bom. A dedicação é cada vez maior talvez, mirando-se em Neymares.

Na etapa de crescimento, as crianças desenvolvem condições ideais para treinar habilidade. A partir dos 5 anos de idade, a maioria das crianças está preparada para dar seus primeiro passos no futebol. Adaptam-se aos movimentos e podem apresentar melhor coordenação. Bem controlada e adequada como está esta preparação no Formigão, este esporte pode contribuir com grandes benefícios para nossos pequeninos: aumento da potência muscular das pernas, melhora da capacidade cardiovascular, o estímulo da coordenação motora, a visão periférica, melhora da capacidade cardiorrespiratória, do tônus, do equilíbrio, da agilidade, da força, da velocidade; desenvolve habilidades psicomotoras como a lateralidade, a percepção tátil, auditiva e visual, a noção espacial, temporal e de ritmo, a sociabilidade e a autoconfiança,

A criança aprimora a inteligência, a memória e a disciplina. Este esporte pode levar nossos filhos e netos ao pódio, levá-los a entender que na vida há perdas e ganhos, vai entender que tem que ser menos egoísta e mais perseverante, mais dedicado. Este esporte é um aliado dos pais na educação de seus filhos. É mole?   Além disso, o futebol sociabiliza as crianças, e as insere no gratificante trabalho em equipe. Alguns psicólogos afirmam que o futebol é uma boa ferramenta para afastar os mais jovens das tentações das drogas, da violência e do álcool.

Penso que dentro de pouco tempo o rio-pombense não se manterá resistente aos encantos deste jogo


Capoeira                                                   22.10.20123                                                                                                                                                          


Por que levei meu neto Fabinho (6 anos) para jogar Capoeira no América? Porque a Capoeira ensina obediência e disciplina, desenvolve valores relacionados à justiça, bom senso, colaboração, respeito, entre outros, além de ajudar no porte físico. Seu corpo aprende a necessidade de agir, o equilíbrio, assim como as noções de espaço, tempo, ritmo, mas não é só o corpo que leva vantagens. O lado emocional também ganha muito com a capoeira, principalmente porque ela ajuda a liberar a agressividade, ainda que o esporte não estimule a violência. Além disso, é um meio excepcional de desenvolver a criatividade e o autocontrole. Tudo isso com instrutores: o Graduado Marquinho e as duas belas monitoras Mayra e Rosana. Todos  esbanjam sabedoria e  dignidade.

Os participantes: Erik Lamas, Gustavo Gomes,Gabriel de Oliveira, Gabriela de Amorin, Gabriel Bomtempo, Gabriel Teixeira, Gustavo Campos, Gabriel Machado, Maycon Araújo, Richard Pinto, Renan Gomes, Reiges Oliveira, Romerito Costa, Clara Ronzani,  Diogo Ferreira, Dione Coelho, João Gabriel, Joseph Costa, Júlia Lopes, José Corrêa, Vinícius Vaz, Victor Reis, Ailton Dias, Estéfani Olmi, Hugo Canala, Tiago Venâncio, Sabina Lopes, Victor Olmi, Heitor Dias, Lara Reis, Luís Guilherme Freitas e Lucas.
A Capoeira é uma  expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música. Meu neto Fabinho tem musicalidade e expressão corporal, elementos essenciais na capoeira e é acrobático apesar dos seus 5 anos. Lá no América a meninada está aprendendo a tocar os instrumentos e o bater palmas. Acho isso muito importante.

Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Isto por si só já justificava meu neto no América.

Na capoeira a malandragem está sempre presente. A ginga evoluiu até se tornar uma estratégia de combate. Temos a roda de capoeira, o apelido, a música, o batizado, as canções, a dança e os golpes.

Atualmente a Capoeira é patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e fonte de orgulho para o nosso povo.


sábado, 2 de novembro de 2013

- Sobre o livro do Sildo: OUTRO LUGAR DO MUNDO


     Sobre o livro do Sildo: OUTRO LUGAR DO MUNDO

                                                                                                                                31.10.2013                                                                                                                                                                                                                                                               
 
 
Muitos leitores meus me afirmaram que meu livro RECEITAS CULTURA HUMOR é o livro de cabeceira deles porque é alegre, divertido e cheio de cultura, pois digo-lhe Sildo, que OUTRO LUGAR DO MUNDO é o meu livro de cabeceira pelas mesmas razões e porque me faz lembrar, como em um túnel do tempo, do  passado e me traz boas recordações e saudades. Que maravilha de livro!

Eu também não gostava de cortar cabelo quando criança, quando os tinha. Também assistia no rádio a novela Jerônimo, o herói do sertão. Até ganhei uma bola de futebol no sorteio por ter declarado que era amigo do Jerônimo (pag32). Já fiz muita Imbrocação com o saudoso Zezinho Tonello (fiz um poema a respeito para meu próximo livro). Já fui assombração na Fazenda São Manoel do vovô Tunico Homem (pag. 286 do meu livro Crônicas e Causos). A Banda de Música Santa Cecília também era a minha fascinação quando criança e continua sendo.

Estou nas asas da imaginação e de boas recordações. Gente do céu, como o tempo passou! Sou do tempo da caneta Parker, da Glostora e do Gumex, do Óleo de Mocotó, da Lambreta, do Pontiac, do Gordini e do Studebaker do Beijo Gaudereto, além do fogão Cosmopolita e da geladeira GE. Do Chico Missunga, Chico Canecão, Zé da Naninha,Bar do Dorce, Rabicate, Casa Vitoriosa, Veludo, Nestor, Romeu Preto, Maria Paca, Pedro Capeta. Agora chegou a vez do nosso NECA. Lembro-me com saudades da Wilson Churrascaria Drink-Bar, do Loreta (o fortão), Vicente Doido (Pioneiro da radiodifusão), Chico Piroca, Caveirinha, Zoberto, João Arrighi, Dona Águida da Churrascaria do Clube dos Trinta (fui eu quem a fez em 1970 – hoje Corujinha). Da Orquestra Copacabana, Ritmos da Noite, camisa Joaquim Rocha, Sebastião Roque e sua sanfona, dos telefonemas de Dona Pasinha e Dica completados somente por elas, inauguração do asfalto (1965),  Sebastião Gravina (meu eterno amigo), Jorge Bomtempo, Chico Futrica, e Lola para encerrar

Que bom saber que não era só eu que recordava, com alegria, da loja do Ruy Santiago e da Esquina da Sorte do Sr. Lincoln Lamas, do Saul de Paula, do Adrianinho Saraiva, do Wilsinho, da Manteiga Uirapuru do saudoso Luizinho Furtado, do Bar Sport (copo sujo) e do trem de ferro (já até falei sobre o trem às pag. 293 do meu livro de Crônicas e Causos).

O mundo das artes também sempre me fascinou. Brincávamos de circo no quintal do Jofre e Dona Pasinha, mas esse do Sildo às pag 38 é de uma criatividade ímpar. Lembro-me quando empurraram o Batuca (Sr. Dimas) jardineiro do Baixio no tanque do jardim.

          Hum! A gente desfilando pelas páginas do OUTRO LUGAR DO MUNDO nos faz  recordar, com muita alegria, da nossa infância também. Você lembra dos discos RCA Vitor, Philips, Continental, Odeon, Copacabana ou Poligran de 78 e 33 rotações? Os aparelhos de televisão eram Semp, Admiral, Colorado, Windsor... Tudo em preto e branco, maravilha, sô! E você lembra se sua mãe costurava numa moderna Singer, Vigorelli ou Elgin? Você se lembra daquelas enceradeiras barulhentas, da cera Parquetina? Você se lembra do sapato CLHARL (é assim mesmo que se escreve?), do VULCABRAS? Hum... E as camisas volta-ao-mundo, das blusas de Ban-lon, das calças de brim-curinga, da saia plissada que parecia abajur? Você se lembra disso? Já viajou pela Varing, já tomou suco de groselha, viram o nascimento do Q-Suco, tomaram Grapete e Crush? Isso a gente fazia no Bar do Telim. Se você não se lembra, então você não é antigo o suficiente. Alguém de vocês conheceu os brinquedos Bambolê, a Pomada Minâncora? Putz, que coisa... Eu ainda tenho uma máquina Remington adquirida naqueles tempos, os mesmos da Kodak e da Polaroid, da Rolleiflex, heim? Você se lembra do cobertor Parahyba, já tomaram Biotônico Fontoura ou chegaram a ver uma propaganda do Sonsiral?

          Sou do tempo em que o Padre Galo de Rio Pomba rezava missa no altar-mor, de costas para os fiéis, falava em latim e as mulheres solteiras comungavam de véu branco e as casadas de véu preto. Naquela época o sermão era feito, muitas vezes, no púlpito. Hum...Que diferença né? Hoje se pega a hóstia na mão e se entra na igreja de havaianas e bermudão. Tempos modernos, né, gente?

E as CHARRETES? Sou do tempo delas.  Recordo-me, com emoção, até daquela que o Hospital possuía e na qual as irmãs vinham no centro para fazer compras... Vou ver se acho uma foto dela. Ela tinha cobertura fixada para se proteger do sol ou da chuva. Interessante!

“FLASHBACK” -   Conjunto Santana, Solfas, The Broths, Conjunto Lafaiete(dancei muito com eles). Grupo Escolar São José, Sá Maria mãe do Zé do Hospital. Muitos casos do Filizzola, da Chácara do Luizinho Furtado com suas alamedas de jabuticabeiras, suas aves e pomar (que saudades dele). Carros alegóricos do Sô Ruy Santiago com a Banda Ases da Folia. O Ipojucan e o Ubiratan Ronzani,  os Blocos Sujo com seus cabos de vassoura. A cadeira cativa da Dona Climene no Cine Prolar onde eu vendia balas na época de  Marlon Brando (tenho um filho chamado Márlon e um neto chamado Brandon). Assisti a inauguração do Cine Prolar em 1952 com a exibição do filme Tico-tico no Fubá. As benzeções da Sá Nica e da Sá Custódia e as peripécias do seu filho Gustim. Do Mimingo do Sô Henrique Saraiva e do Nonô Bolão e seu Cuba Libre. Os carros de boi (eu também já manobrei alguns deles com seu som longo e contínuo que o Delegado proibiu. Os Circos e os cinemas eram nossas atrações, não tínhamos TV. A Praça de Esportes, a pirotecnia do Genaro Mendes nas festas de São Manoel, os bailes do Canela Roxa, quando eu e o Cícero lecionávamos para a Admissão ao Ginásio no prédio de Cine Prolar. As pedideiras de esmolas dos sábados. Já participei muito do pique de meter a vara. Lembro-me muito bem do racismo no Clube dos Trinta, Péricles de Queiroz e sua poliglota irmã Dona Climene, Domingos Vidal e seus papos noturnos e dos picolés do Telim e do Cine Brasil  do Braz Canônico. Lembro-me muito bem dos vários pianos da cidade. Hoje que estão dormindo exceção do piano da Dona Joaninha no comando da amiga Carmem Lúcia.

Margarida Caiafa Moreira – Miss Rio Pomba eu a vi há pouco, bela como sempre. Assisti no Cine Prolar a vedete do Brasil Virgínia Lane (namorada do Presidente Getúlio Vargas), José Vasconcellos e Lùcio Mauro, Altemar Dutra e Cauby Peixoto. Tenho saudades dos desfiles de 7 de setembro de outrora.

Sildo, lembro-me de muitos dos causos que você contou. Eram da minha época, mas somente depois que os contou. Que memória a sua, hein? Acho que você estava sempre trabalhando nesse livro maravilhoso, mesmo quando não estava escrevendo e, agora, fazendo pensar os que podem pensar. Você é um grande escritor, não por ter escolhido escrever o que escreveu, mas pela forma como escreveu, com simplicidade, clareza, conhecimento e um português invejável.

Evoluímos né? Escreva sua história hoje para recordá-la amanhã. Isso o Sildo fez com uma propriedade incomparável.

Bem, vou parar por aqui, com tantas coisas pra mostrar sou capaz de ir indo, ir me entusiasmando e acabar me encontrando com Michelangelo, lá no Renascimento...

OUTRO LUGAR DO MUNDO foi escrito de maneira simples e agradável e com depoimentos de atitudes nobres, com conhecimento de causa por um amigo formado no Conservatório de Música de Juiz de Fora em 1975.

 

 Feliz aquele que tem causos de infância para contar.

 
 

domingo, 27 de outubro de 2013

- Os 94 anos de Dona MARIA DO ROSÁRIO


                                        
             Os 94 anos de Dona MARIA DO ROSÁRIO
                                         27.out.2014


          Dona Maria, ou Dona Nhanhá para os mais chegados, acaba de completar 94 anos… Esta festa de hoje foi programada pelos filhos e a data celebrada espontaneamente e todos eles devem  guardar um abraço  natalício para o próximo ano. Muitos mandaram votos de muita saúde e felicidade por telefone.
Este momento singelo se transformou, como era de se esperar, num acontecimento regado mais com alegria e admiração do que propriamente cerveja. Confraternização e um rol de casos que a aniversariante contou para o deleite de todos: sobre sua experiência internacional, seus cursos de Catecismo, Oficina de Oração e reuniões para Reflexão Bíblica. Culta, de cabeça boa, uma artista, musicista, pintora amiga e conselheira.
Que ninguém duvide de que dona Maria, que chegou a Rio Pomba em 1940, logo após seu casamento com Amantino Quintão ainda muito jovem, tem muito que contar e, sobretudo, ensinar às novas gerações. Sem contar o fato de que é a simpatia em forma de gente – sempre pronta a agradar e irresistível como um aperto de mão ou um café quentinho da hora!
Ela chegou  a Rio Pomba quando a localidade se chamava somente Pomba e acompanhou de perto os momentos decisivos desta nossa gente mineira da terra da Santa Lola “Uai”.
Depois, inseparável do saudoso Amantino Quintão e dos filhos, dona Maria se mudou para o coração de todos nós onde viverá para sempre.
Dona Maria, como se pode notar, é personagem ocular e auricular privilegiadíssima da história rio-pombense e, também, da região. Se eu tivesse que pedir informações e pesquisas sobre sua pessoa e familiares, ao invés de pedi-las aos filhos, eu iria pedir a ela mesma porque sua memória é nota 10.
           Foram muitos encontros em que eu perguntava a ela, sempre solícita, informada e bem-humorada, me botava a par de mil casos envolvendo pessoas, famílias, clãs, grupos políticos, relações e conjunturas político-sociais que marcaram um período importante da história rio-pombense e itabirana.  
Feliz  vida e FELIZ bodas de Palmeira, Dona Maria, sogra querida.
A memória continua de mãos dadas com Dona Maria. Ah, história mestra da vida, você tem na ilustre matriarca uma aliada e tanto. Ah, povo de Rio Pomba, você precisa se descobrir nos casos e nas histórias de dona Maria!
Ela não é minha mãe / Nem por isso menos amada / Encontrei nela também / Uma amiga dedicada / E / Sou grato à essa  ilustre senhora pela amizade.
Eu, que sei que nenhum povo é senhor do seu presente (e do seu futuro) sem o conhecimento e a prestação de contas com seu passado, dou meus parabéns à dona Maria por mais um ano de vida.
Aliás, em nome da minha gente, desejo muitos anos de vida à querida dona Maria do Rosário, dona (não pude evitar o trocadilho!) de uma personalidade forte e muitas histórias boas para contar.
Somos todos ouvidos, dona Maria com tudo o que a senhora tenha para contar ainda.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

- Lançamento de RECEITAS CULTURA HUMOR II de Antônio Fábio


           Lançamento de RECEITAS CULTURA HUMOR II de Antônio Fábio
em Tiradentes em 30 e 31 de agosto a 1º de setembro.

 

          Rio Pomba estava lá no seu 16ª Edição do Festival de Cultura e Gastronomia. O festival tem data para acabar, mas os restaurantes, o artesanato, as igrejas e a tranquilidade, não. O termômetro estava novamente em baixa naquela cidade onde se realiza um dos maiores eventos gastronômicos do país.

Tudo começou há 16 anos, com o intuito de reunir os melhores chefs de cozinha e artistas, na cidade símbolo do charme mineiro. O evento já recebeu os mais renomados chefs do Brasil e do mundo, além de visitantes de vários países, que se deliciam nos festins, degustações, shows e exposições. Um sucesso que gera emprego, renda e acaricia os mais exigentes paladares.

A “cultura” no título significa que não é só de comida e história que vive a bucólica cidade e o festival. Acontecem também outros eventos com exposições artísticas, mostras e shows. Tiradentes é um lugar mágico, extremamente prazeroso, natureza privilegiada e com pérolas da edificação barroca. Uma cidade aconchegante, com povo educado e receptivo.

Oh Divina Tiradentes / O meu sentimento é verdade / Na chegada é alegria / na partida é saudade.

sábado, 7 de setembro de 2013

- Feira Musical Hortishow

                                        07.SET.2013




Hoje, sábado, estou eu de novo com minha “pena” procurando desenhar mais um belo dia. Tentando doar a você a alegria, o sorriso e tudo de bom que tem dentro de mim. Descrevendo sobre um evento na Praça Ministro Odilon Braga, Centro em Rio Pomba que envolve dança, música, apresentações artísticas e culturais.
A parte musical, durante a Feira Livre, busca valorizar os artistas da cidade e também da região. Aqui prevalece a ideia de se apresentar sem competir conforme festivais. Tudo começou quando sugerimos no O IMPARCIAL de 11.09.2001 e às páginas 112 do meu livro CRÔNICAS & CAUSOS um encontro mensal de seresteiros com a mesma finalidade. O Helinho abraçou a ideia e a introduziu na Feira de Hortigranjeiros no Parque de Exposições que posteriormente foi transferida para o local atual, muito mais apropriado. Aqui ouvimos melodias maravilhosas interpretadas magnificamente pelos meus particulares amigos Helinho Gomes e Germano Fávero que projetou o logotipo da feira juntamente com meu filho Eduardo. Cito apenas alguns nomes dos quais estou me lembrando agora que nos brindaram com sua arte musical: Luan Silva (guarde este nome – grande músico), Henrique sua esposa Débora e a filha do casal Ludmila (9 anos) acabei de vê-los agora, Henrique Filho, Marcelo Serafim, Júnior Violeiro, Antônio Cassiano (92), Rafael (violão), André Sanfoneiro, João Campos sanfoneiro,Vitor percussão, Tábada percussão, Jadinho Vibration, Abiron Martins (chocalho), Família Nunes, Chico Rozado e Ramon Rozado de Viçosa, Chiquinho (teclado e violão), Zé Luís do teclado, Célio & Hélio (percussão), Gustavo Franco, João Parassol, Henriquinho. Já presenciei uma apresentação de Capoeira do grupo do América e apresentação de MARACATU por alunos do IF (Instituto Federal de Rio Pomba) com pessoas de diversos lugares: Victor, Carolina, Pedro, Thaís, Amanda, Ivan, Mariana, Tábada, Héder,  
 Estamos na época de luzes e novidades. Este local pode se revelar como um cenário de metáforas do progresso e o berço de ideias.
Novos talentos estão aparecendo. Um digno "sarau" diurno e ao ar livre. É a candura “mineirês” de nossas manhãs de sábado. São encontros e reencontros embalados em abraços, prosas e versos de muitos amigos que há tempos não se viam.
Nos SHOWs, raramente a gente vê o melhor samba de raiz. A verdadeira música sertaneja é a mais cantada porque é mais própria para o local e para uma melhor integração entre os participantes, da agricultura familiar que se vê em cada barraquinha de nossas comunidades rurais: Vogados, Bom Jardim, Granatos, Igrejinha, Monte Alegre, Serrinha, Barras e outras... Pessoas prestigiando e se deliciando com um frango assado, com um pão com linguiça, pães de queijo, pastel com caldo de cana, açaí (Jussara da região), bananas, ovos, queijos, frutas, legumes e verduras várias, frangos caipiras e outros nem tanto. É um local com papos e projetos, sempre voltados para o bem-querer do rio-pombense.  
Este evento valoriza a agricultura familiar e estimula a produção de hortigranjeiros na região. Produzir alimento é vocação. Quando vemos uma família bem sucedida no meio rural é porque está feliz. E, para estar feliz, é preciso políticas públicas que incentivem cada vez mais a permanência do homem no campo e a produção de alimentos. A comercialização é feita pelos próprios produtores.
Daqui do meu terraço fico sempre esperando a Feira. Penso: não importa a feira: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta e sexta feira. A Feira mesmo é a do sábado: Sábado, Feira.
No Sábado-Feira cozinho no meu terraço embalado nas músicas da Feira e dos pássaros. É mole?
           Aquele espaço pra mim é uma área de turismo de Rio Pomba onde integra natureza e história, eventos e celebridades, para atrair visitantes e abrir novas opções de desenvolvimento. Hospitalidade de um povo simples transforma o trabalho em divertimento, cultura e lazer.
            Esta feira já é um pedaço de mim. Acho aquela música e aquela zueira do sábado de manhã o máximo, minha alma está precisando de calor. Esta feira é uma micro poesia. Lá tem sabor das coisas da roça, cheiro de passarinho. Não é  o dessabor de tudo faltar e sim a certeza de tudo encontrar.
Estamos livres da rotina dos crachás, pois a Feira é livre. Esses homens têm a liberdade de um deitar distraído e sereno todos os dias da semana na roça para nos deleitar em harmonia e sabores todos sábados na cidade debaixo do nosso nariz bem do nosso lado. Que beleza!
Agora estou aqui na porta do meu escritório onde vejo pombas rolas, saíras, sanhaços, beija-flores, sabiás laranjeira, canarinhos da terra, bem-te-vis se banhando no bebedouro e piscininha de pedra, nos intervalos do badalar dos sinos da Igreja Matriz e das músicas da Feira. Estão compondo novas melodias e afiando seus bicos para conquistar o amor de seus pares, enquanto os músicos da Feira afinam seus instrumentos para nos conquistarem.
         Tudo é belo e divino e merecedor de todos os aplausos.
Aqui é o palco  dos meus sentimentos, ouvindo as músicas da Feira e retratando minhas emoções para sua reflexão. Dando rédeas à imaginação, sonhando, vivendo, poetizando. A poesia faz parte da vida. Quem não sabe sonhar não sabe viver. Estou dedilhando no teclado, meus pensamentos, embora não seja equilibrista, tento manter-me firme nessa louca dança da vida. Meu coração precisa de frases.
Meus abraços não perderam suas sentelhas amorosas e nem minhas palavras sua essência poética. Sinto nesses ares de agora uma espécie de tesão pelas palavras. Meus olhos comungam com as gotas de água que se esparramam pelas faces  das folhas das hortaliças da minha horta beeeem do meu lado... As pessoas costumam me perguntar: quem eu sou? E a resposta é: sei lá, sei lá! Mas, se eu lhes disser quem sou, podem não gosta e isto é tudo o que tenho. Sou tantas coisas que não consigo explicar. Acho que sou sonho...
Esta feira nasceu pequenina. Ela é igual a água que nasce gota de orvalho ou de neblina. Elas todas têm sua infância, sua adolecência e sonhos e sua maturidade virá com o tempo.

    Bendita seja nossa Feira Musical. Ela é Hortishow ...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

- É preciso ter coragem para ser mãe ou pai


            Palavras em homenagem aos 43 anos do nosso filho Eduardo, também pai, no dia dos pais.
 
 
          Isto mesmo! Ser mãe ou pai é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão sublime.
Aprendi aprendendo e lendo que é necessário muito sacrifício para tornar nosso bebê nº 2, adulto. Temos que criar nossos filhos para o mundo para que eles se tornem também, libertos. Conselhos fazem parte dos ensinamentos, mas principalmente o exemplo. É este que remove montanhas.
Nossos filhos são um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
Como nossos filhos são apenas um empréstimo! Então, de quem são? Eu acredito que são de Deus, são deles próprios, donos de suas vidas, porém, durante algum tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
E nosso sentimento, nossa dedicação, nosso investimento? Eles retornaram em sorrisos e orgulho na pessoa do nosso neto FABINHO e ambos podem se tornar um amparo na nossa velhice. E, ainda de brinde, ganhamos uma nora cheia de charme, elegância e beleza, a Raquel Santiago e sua linda filha Thainá, agora nossa neta.
          Hoje olho, aqueles que um dia foram nossos pimpolhos e penso que como seria bom que não fossem somente empréstimo. Mas são. Eles são do mundo, mas nossos corações sempre foram e sempre serão deles.
O amor que temos pelos filhos não conseguimos descrever, é como explicar o gosto de uma laranja. É um amor tão forte que em nosso peito faz doer. Eles nasceram como um livro aberto. Uma página em branco. Não são eles que descreverão nele o seu destino. Para eles querendo o melhor, pouco poderemos fazer. Têm o seu destino traçado! Só Deus os pode proteger.
Só nos resta, mães e pais rezar e aproveitar todos os momentos possíveis de nossas crias: Santo anjo do Senhor meu zeloso e guardador, protegei nossos filhos. Amém.
                                            

 







 

 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

- AMAZONAS, O PULMÃO DA HUMANIDADE


                                      AMAZONAS, O PULMÃO DA HUMANIDADE

                                                                                                Antônio Fábio – 22.07.2013

 Pensei, não posso partir sem conhecer de perto tudo isto que estou abaixo descrevendo. Sempre foi um dos meus objetivos. Este artigo está sendo escrito no período da COPA DAS CONFEDERAÇOES da qual nos sagramos campeões, período dos PROTESTOS POPULARES pelo Brasil afora, o povo falando sobre aquilo que lhe aflige, dispensando líderes, partidos e sindicatos, uma nova forma de protestar e uma lição de cidadania. Não tenho partido, sou cidadão do Brasil e do Mundo. Nunca fui a favor de vandalismo, mas vandalismo maior foram o dos nossos políticos e administradores e os “Nicolaus”. Devemos punir todos esses e premiar os outros e nunca ficarmos de braços cruzados.
Vamos ao nosso assunto: o estado do Amazonas é grande e a floresta também, por isso estou dividindo por partes:
1ª Parte – Manaus. Cidade muito bonita, ruas largas e limpas, calor bem forte, mas suportável. Povo hospitaleiro e amável. Conhecemos o Distrito Industrial, a Zona Franca, o Teatro Amazonas (espetacular), Museu do Índio, o Mercado Municipal, o Palacete Providencial, o Palácio Rio Negro, o Palácio da Justiça, a cidade como um todo através de hidroavião que saía em frente do nosso hotel, o encontro das águas e hotéis flutuantes, no meio da selva uma vista geral da floresta inundada, que depois vimos de barco. Percebemos que o Estado tem mais de 350 ONGs estrangeiras ajudando. Penso que é porque a Amazônia tem ouro, manganês, ferro, diamante, esmeraldas, rubis, cobre, zinco, prata e a maior biodiversidade do planeta tudo de interesse econômico para laboratórios e nações. Riquezas que somam trilhões de dólares. Na Amazônia ninguém passa fome, nem os ribeirinhos. Diferentemente do nordeste que além da fome ainda têm sede e lá não tem ONG. É fácil suspeitar das intenções e entender os motivos.
2ª Parte – Hotel Tropical Manaus – É um luxuoso resort ecológico localizado na entrada da majestosa floresta amazônica às margens do Rio Negro onde nadamos em uma praia ampla, limpa e comparável a mar. Tudo com tecnologia de ponta e acomodações luxuosas, piscinas com ondas e recreativas, localizado a apenas 10 km do aeroporto e do centro de Manaus. Bar aquático (bar molhado). Centro de convenções com 3200 m2 para 1200 participantes. Com zoológico muito bom, passeio guiado na floresta mata adentro, quatro restaurantes de alto gabarito com especiarias nacionais, internacionais e lanchonetes. Teatros, boates, salas de eventos onde assistimos um Show Temático do Boi Bumbá de Parintins com  o encanto azul do “Caprichoso” e o vermelho do “Garantido”. O resort conta com 640 suítes com diferentes acomodações para diversos bolsos, inclusive presidencial. Um luxo! Tudo isso no coração da floresta. É mole?
3ª Parte – Ariaú Amazon Towers – Lugar que merece um comentário à parte... Em 1982, o oceanógrafo Jacques Cousteau (comandante do Calypso - o famoso barco laboratório) sugeria a sua criação e fez uma declaração com ares de premonição: a guerra do futuro será entre os que defendem a natureza e os que a destroem. Em 1986, três anos antes da queda do muro de Berlim, sepultamos o temor nuclear e iniciamos às margens de Rio Negro, a três horas de barco de Manaus, este que viria a ser um magnífico e o maior e mais respeitável hotel de selva do mundo. Noooossa! Estivemos lá. Que maravilha! Foi um turismo ecológico. Sentimos a natureza em sua plenitude. Ouvimos a escala de sons claros, apaixonados e muitas sucessões de tons acima e abaixo, trinos e regorjeios. Seria o saci ou algum gênio da floresta? Eram gargantas de ouro... Acordamos com essas canções no meio de plantas medicinais, vitória régia medindo 1,8 m de diâmetro, plantas domesticadas como orquídeas e samambaias, fícus e bromélias. Árvores seculares de tudo quanto é tamanho e formas, guaranás e açaís. Comi carne de jacaré, arraia, pirarucu, pirapetingas e pacus, além da de tartaruga. À noite participamos de caçadas aos jacarés. Quanta aventura, sô!
Gosto de conhecer e viver a vida como ela é. O contato direto com a selva e sua luxuriante beleza nos encantou. Ficamos, Fernandina e eu, fascinados pela singularidade do prazer de estar na floresta amazônica. Brasileiros lá eram muito poucos. A maioria alemães, ingleses, americanos, japoneses, chineses e muitos australianos, entre outros. Para nós, era um sonho verde que se realizava. Ficamos hospedados numa suíte flutuante, toda com tela, no meio da selva. É difícil retratar tantas emoções daqueles passeios pelo Igarapós (trecho da floresta, com vegetação própria, alagado pelas águas das enchentes) com cliques e mais cliques no meio de jacarés, macacos, bichos preguiças e onças pintadas, captando cores e aromas da natureza da vida selvagem. Visitamos as casas dos ribeirinhos e ouvimos suas histórias. Penso que nossa participação física e nossos cliques fotográficos nunca vão mudar a realidade daquele lugar. A verdadeira Amazônia fica esquecida nas entranhas da selva com castanheiras de 600 anos, mogno e jacarandás de 1200. O que estamos fazendo não é um sensacionalismo jornalístico às vésperas do apocalipse. De qualquer maneira, esperei muitas primaveras para escrever sobre o assunto porque não se deve escrever antes de conhecer “in loco” e julgar e sentir a sabedoria milenar dos índios e a vivência secular dos caboclos. Por tudo isso é que está no Ariaú Towers uma pirâmide transparente, com as mesmas proporções e orientação solar de QUEOPS, a célebre pirâmide egípcia.
4ª Parte – Passageiro clandestino – Lembrei-me do Projeto Jarí, da largura de 320 km do rio Amazonas, das diversas ilhas, inclusive a de Marajó da qual já tive o prazer de conhecer sua culinária na Gastronomia de Tiradentes. Nooosssa! Estou viajando clandestinamente e sentindo a presença respeitável de um gigante. Nooosssa! Minha imaginação corria sobre a superfície, ainda bem. A quilha do nosso barco não deveria encalhar, estávamos em águas profundas e seu calado era apropriado.
A causa da devastação amazônica está nos escritórios bem ornamentados das lideranças econômicas e políticas. Vamos pensar nisso e resolvermos já. O rio Amazonas, com mais de 1000 afluentes, é o maior rio do mundo e o mais caudaloso com 6.992 km depois que descobrimos seu veio inicial no Peru a mais de 4000 m de altitude, seguido do Nilo com 6.650 km. Nosso amazonas tem sua bacia hidrográfica no Brasil, no Peru, na Colômbia, Venezuela, Equador e Bolívia. O rio Negro nasce na Venezuela e tem 3200 km de extensão. Na região eles dizem que o rio Amazonas só è assim chamado depois do encontro do Solimões com o Negro. O resto do mundo entende que o amazonas começa no Peru e deságua no Oceano Atlântico, sendo o rio Negro mais um de seus afluentes. 
E os botos cor-de-rosa? Interagimos com eles e fizemos muitas fotos, mas não as suas piruetas. Eles possuem um sistema de radar igual aos seus primos golfinhos e são sociais, solidários e afeiçoam-se ao homem. Quem sabe o quê da Amazônia? Os curumins (pequenos índios) riam de nós. Temos que aprender com eles, sua inteligência, habilidade, argúcia, destreza e capacidade de comunicação. Está ornamentando uma parede da minha casa um arco e flecha daquele povo.
A terra não pertence ao homem, mas o homem é que pertence à terra. A Amazônia é a síntese da alimentação da humanidade, a síntese do medicamento necessário, a síntese da água doce, da biodiversidade e do futuro e do pulmão da humanidade.