quarta-feira, 1 de agosto de 2012

- CARNAVAL – MOMENTO CULTURAL

(Crônica publicada no “O Imparcial” de 23.02.2003)

 

 

Nossa intenção é tecer alguns comentários com respeito à origem do carnaval e de seus principais símbolos. Fernandina, eu e os amigos Sônia Costa e o casal 20 Chico Caiaffa e Marta Baiana passamos o Reveillon no Rio e não podíamos perder a oportunidade de comparecer ao ensaio da Campeã do Carnaval Carioca, A MANGUEIRA. Saudamos o incomparável Jamelão e caímos no samba pra valer. Na quadra, a maioria era de gringos de diversas nacionalidades, raças e credos. O ambiente respeitável, afinal o Brasil estava ali representado. Mas vi louras de fechar o trânsito, fashion, solícitas, não eram muralha da China e uma com uma tatuagem Made in Brazil na linha feminina do equador, acima do cóccix. Olhei para ver se tinha código de barra. Não Tinha, mas mesmo assim legitimei o produto. Das morenas então nem se fala, serelepes, sambistas mesmo, cada umbigo... e deixando descortinar, vindo lá do fundo dos decotes, garbosos pares de seios e alguns até se apresentando sozinhos, incontroláveis dado aos movimentos frenéticos do samba. Um must. Muitas com vestes bastante rasgadas. Pensei que seria para se andar melhor no Rio para não serem vítimas de agressões. Sei não. Como gostamos muito de história e suas razões, pesquisamos, lá mesmo, o que vamos expor por achar que pode lhe ser útil e acrescentar alguma coisa no seu currículo cultural. Talvez você não tenha tido chance de fazer esta pesquisa. A oportunidade é ímpar. Entenda este nosso jeito de ser, como um testemunho, uma contribuição para a ocasião “momesca” que se aproxima.

O carnaval originou-se de tradições pré-cristãs da Europa e outros continentes. Para alguns autores, a festa provém de cerimônias em honra ao deus Osíris, no Egito, mas foi em Roma e na Grécia que o carnaval assumiu suas principais características, mantidas até hoje. Na antiguidade, os romanos celebravam as saturnálias em homenagem a Saturno. Eram orgias influenciadas por divindade greco-romanas como Dionísio e Baco, deuses do vinho e sinônimo de música, dança e excessos sexuais. A Igreja tentou proibir esse festival pagão, sem sucesso. Acabou por aceitar o inevitável e, em 590, o carnaval foi incluído no calendário. O nome “carnaval” surgiu na Itália no século 13, mas a expressão “carne levale” é de 695, significando o imposto que os camponeses deviam pagar para realizar festas. Esta expressão foi modificada posteriormente para “carne,vale” (adeus,carne), palavra que significava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação “Dias Gordos”, onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).Rei Momo. Figura símbolo do carnaval, Momo é personagem da mitologia grega. Deus da irreverência e do delírio, filho do Sono e da Noite, era encarregado de fiscalizar ações humanas e divinas. Foi expulso do Olimpo por criticar e ridicularizar os deuses. No Brasil, o Rei Momo apareceu em 1933, lançado pelo jornal carioca A Noite. A partir de 1967, a eleição do Rei Momo, antes indicado pela imprensa e por entidades carnavalescas, virou um concurso oficial. Só candidatos com mais de 100 kg podem participar.Música popular. A primeira música de carnaval foi Ó Abre Alas, composta por Chiquinha Gonzaga em 1899 e ainda hoje sucesso nos salões. No fim do século 19, o samba surgiu nos morros do Rio de Janeiro, e nascia em recife o frevo. A marchinha surgiu em 1920, com letras de duplo sentido, enfatizando a sátira e a crítica social.Folia brasileira. No Brasil, o primeiro carnaval foi em 1641, quando o governador do Rio de Janeiro decretou uma semana de festas em homenagem à coroação de d.João 4º como rei de Portugal. Virou batalha de rua, nas quais foliões arremessavam suco de limão de baldes d´água uns nos outros. Inspiravam-se na festa do início da Quaresma portuguesa.
Semana que vem, vamos tecer mais alguns comentários relativamente às principais figuras carnavalescas (escolas de samba, trio elétrico, colombina, arlequim, pierrô, momo), máscaras e fantasias, os bailes, os carros alegóricos, as sociedades, o ZÉ PEREIRA (sua origem/1846), os cordões, o rancho, o corso, o lança-perfume, a serpentina, o confete, o desaparecimento das marchinhas e o CARNAVAL PELO BRASIL... AGUARDEM!!!

A vírgula pode ser autoritária: Aceito, obrigado. Aceito obrigado.


 

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