sábado, 11 de setembro de 2010

- Super-Zeiro em busca da tranquilidade para a humanidade.

          SUPER-ZEIRO EM BUSCA DA TRANQUILIDADE PARA A HUMANIDADE
(27.03.2007 - Crônica não-publicada)



Minha chegada à Terra foi extasiante. Era dia em um ponto do
nosso planeta e noite em  outro.

            Como se fosse alguém do tempo em que as mágicas eram verdadeiras e os gênios existissem, fiquei com uma obsessão: a tranqüilidade para mim e a humanidade. Isto pela escassez de água que está por vir. Temos que procurar soluções. Os mapas-múndi terão que ser redesenhados, pois a água dos oceanos está subindo e as geleiras derretendo. Muitos países-ilhas vão desaparecer e, no litoral brasileiro, muitos pontos serão atingidos, especialmente a Região Metropolitana do Rio e do Recife. Este atípico verão de 2007 iniciou-se com intensas chuvas, seguido de quase um mês de seca e intenso calor com belos dias ensolarados. O Velho Chico agoniza de sede em uma região que se desertifica. Você, meu assessor Raposo I, já reparou que a gente está sempre intranqüilo? “Aí resolvi voar até Marte para saber se tinha água lá”, confessou-me o Super-Zeiro. Isto tudo para economizarmos lágrimas no futuro.

            Aí perguntei pra ele: “uai, mas você voa”? “Vôo sim. Descobri há alguns anos, por acaso lá no bairro Buritis de BH. Donde resolvi treinar futebol no campo do Zico e alguns vôos. Eu vôo pelo menos cinco minutos, uma vez por semana, quatro vezes por mês, o que dá uma respeitável média de 52 vôos domésticos por ano. Se levarmos em consideração que aprendi a voar dez anos atrás, temos um cálculo aproximado de 2.600 minutos de vôo ou uma viagem de ida e volta à Austrália. Com escalas. Sou praticamente um PhD quando o assunto é vôo noturno urbano. Para facilitar a vida dos voadores de primeira viagem, criei três modalidades: para-o-alto-e-avante, abdução, acredite! E ré. E já adianto que não dá para voar abanando os braços. Lembre-se: não tenho asas.”
            - E esta imagem de você chegando ao nosso planeta, como se explica isso? - Deve ser coisa da Nasa. Eles me mandaram esta foto! Como estava dizendo: voei até Marte e aproveitei para conhecer outras galáxias. Marte tem água. Constatei “In loco”. Raposo I: registre este fato para futuras ponderações.
            - E como foi sua primeira viagem interplanetária, perguntei ao Super-Zeiro. – Bem! De uma hora pra outra, ainda em solo terrestre dei-me conta de que estava girando a uma velocidade de 1.700 km horários – a velocidade da Terra ao redor do seu próprio eixo. Resolvi, abandonar nosso planeta e partir com o seu satélite, lá em cima, muito além da estratosfera. Certamente iria correr muito, mas pelo menos, a velocidade era menor do que a da Terra sobre seu próprio eixo. Mas assim iria perder a tranqüilidade porque junto com a Terra iria girar a 107.000 km horários ao redor do sol. Assim, o melhor seria me deslocar para fora da órbita terrestre. Lá pelas bandas de Marte. Foi o que fiz.
            Ali estaria, enfim, livre da esfuziante velocidade da Terra que estava me tirando a tranqüilidade. Por mais que fugisse da Terra não fugiria, todavia, do Sol. Juntamente com o Sol e os demais planetas eu iria me encontrar girando a 250 km por segundo ao redor do centro de nossa galáxia, a Via-Láctea.
            O negócio seria abandonar o sistema solar e buscar outras paragens cósmicas, nem que fosse para um simples reconhecimento. Não me importando em que sistema estelar se situava. Pelo menos estaria tranqüilo. Mas ai descobriria que estaria, efetivamente, girando a uma velocidade de 1.500 km por segundo, acompanhando nossa galáxia numa viagem ao redor do centro de um conglomerado de outras 2.500 galáxias vizinhas.
            Nesta hora foi que resolvi voltar porque não me sentia totalmente seguro. Pensei no buraco negro!!! Em fazer como o super-homem em seus filmes: girar em sentido inverso da galáxia, porque assim anularia a velocidade e poderia sentir-me praticamente parado.
            Ai me sentiria impotente porque iria me dar conta de que, integrando ao conjunto de todos os corpos celestes, conglomerados de galáxias e sistema solar, estaria correndo, não, fugindo a uma velocidade de 5.790 km por segundo, de um ponto imaginário do espaço, onde presumivelmente todos tiveram origem, no big-bang, ocorrido há 15 bilhões de anos.
            Intuí, então, que por mais que fugisse, não fugia suficientemente. Seria carregado por algo maior que envolvia tudo: Deus. Assim, o melhor seria renunciar de minhas pretensões e regressar humildemente à Terra e ao meu Lar e colocar os pés no chão.
            De qualquer maneira foi uma experiência nova, não foi um Caos Aéreo como aquele que se instalou no país, há 6 meses, desde o acidente entre o Boing da Gol e o Legacy americano, vivemos uma onda de sucessivos transtornos: operação-padrão dos controladores de vôo, pane nos sistemas de controle, cachorro na pista, nevoeiros e outros. Lamentável assistir a um governo omisso em tantas áreas, inclusive na questão das águas. Cabe a cada um de nós fazer sua parte em prol do meio ambiente, ainda que pareça uma gota d’água no oceano.
            O Super-Zeiro chegou à conclusão de que devemos promover a construção de grandes barragens e hidrelétricas. Proteger a água cuidando de nossas matas ciliares, das nascentes dos rios e das florestas que os abrigam e os fazem crescer.

Cheguei a pensar que estava em outra galáxia. Duas luas?
Veja como é a sombra!

Beleza indescritível.

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