Antônio Fábio – 14.07.2014
Depois
vamos partir para a saúde e educação com o padrão FIFA
Vi
pela TV após Alemanha X Argentina a decepção controlada da presidente Dilma,
quando toda vez que sua imagem aparecia era vaiada e o Taça da Copa parecia queimar-lhe
as mãos. Foram desilusões de governo pós-copa quando ela se preparava para um
momento de euforia pessoal e nacional. A Copa acabou para nós, mas o mundo não
acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol
de nós todos.
E
agora, amigos torcedores brasileiros, que tal a gente começar a trabalhar, e
organizar nosso futebol. Não estamos de mãos vazias, ganhamos milhares de
oportunidades de negócios fora dos gramados e modernização e a infraestrutura. Ganhamos
com as empresas de turismo e de transporte.
As
partidas (60) foram realizadas sem traumas com milhares de pessoas se
deslocando de uma para outra cidade acompanhando a seleção do seu país.
Recebemos de legados ótimos estádios. O impacto econômico do evento foi
inquestionável. O mercado de trabalho também se beneficiou. Com o vexame da
seleção brasileira penso que nossos estádios vão demorar para se pagar. No entanto
ganhamos com obras imprescindíveis, a construção de corredores de ônibus, novos
acessos a aeroportos e ampliação de vias. Essas obras de mobilidade vão
melhorar a infraestrutura e reduzir o custo de locomoção e transporte de
cargas. E o que é importante: ficarão aqui, como um patrimônio permanente para
os brasileiros. O maior avanço ocorreu nos aeroportos. Os de Brasília,
Guarulhos e Campinas, os maiores do País, foram privatizados. Inegavelmente, os
terminais estão mais amplos e modernos. A necessidade de
embarques remotos e esperas por bagagens diminuiu. A pontualidade também
melhorou e superou o padrão internacional, na primeira semana de Copa. O índice
médio de atraso de voos foi pouco mais da metade dos aceitos ao redor do mundo.
Além desses pontos, com o evento também ganhamos em tecnologias de
diferentes áreas e, ainda, o crescimento
cultural. A
Copa 2014 foi a mais conectada da história.
Nosso país investiu
em infraestrutura por exigência da FIFA com melhorias em parques, hotéis e diversos tipos de
instalações utilizadas por turistas. Após o evento, estas melhorias vão ser
usufruídas pelos brasileiros. Todos saímos ganhando
com isso.
Muita gente redescobriu o Brasil depois de
Cabral. Todas as pesquisas indicam que a aprovação dos brasileiros e dos
estrangeiros é ótima. Conseguimos não só trazer os turistas para o País, mas
conquistá-los.
Não demora muito e a capital paulista deverá transformar-se no
principal destino turístico na América Latina, ultrapassando Buenos Aires e a
Cidade do México. Estádios
e aeroportos são muito visíveis, mas um dos legados mais importantes da Copa
cabe no bolso: o avanço dos pagamentos eletrônicos, especialmente os cartões
pré-pagos.
"Imagine na Copa". A frase simbolizou o pessimismo
que pairou sobre o Brasil antes do evento. Mas, apesar do que faltou, o país
funcionou bem para o mundial. Mesmo com muitas obras não concluídas nosso país
não parou e conseguimos nos locomover. Nosso transporte terrestre saiu
vitorioso,
melhor do que a gente imaginava. Sucesso
também teve o transporte aéreo de passageiros. “Caos aéreo” acabou sendo
expressão esquecida no pessimismo pré-Copa.
Atender bem aos
clientes, principalmente turistas, era uma dúvida. Agora ninguém mais tem
dúvida. Vamos partir para hospitais e
escolas e outras necessidades. Acredito!
Tá certo que o hexa não veio. Mas acredito que em uma
mudança na relação torcedor-esporte, um novo momento. Vamos procurar de agora
pra frente um futebol de alto nível. Teremos uma cobrança muito maior por um
calendário melhor, vem mais exigência, tratamento mais justo na relação
clube-torcedor. O futebol brasileiro aumentará sua taxa de ocupação das
arquibancadas e vamos esperar por dias melhores.
Continuo acreditando.