Publicado na Pag. 13 do meu livro ANTOLOGIA EM PROSA & VERSO do qual Williams F. Silva é coautor.
Eu quero lhes dar um
dedinho de prosa sobre um amigo de muitos anos. Um ser humano batizado,
nominado, chamado e reconhecido como Antônio Fábio da Costa.
Cidadão do mundo,
nascido em de Rio Pomba - MG, Brasil, percorreu caminhos compostos de luzes e
sombras, de vales, planícies, morros, ribanceiras bem ribanceiradas e subidas
empinadas dirigidas ao céu, a tudo espreitando com olhares críticos e
intelectualizados, sempre buscando o porvir e as verdades ocultas.
Esse Senhor entrou em
minha vida em um momento reluzente de minha existência, quando eu, aos 14 anos,
adolescente em fase inicial, do interior, tímido, diria até piegas, descobri um
universo de possibilidades ao iniciar minha trajetória de 35 anos como
funcionário do Banco do Brasil (BB), naquele tempo, então, na condição de
Menor-Aprendiz.
Naquele ambiente
mágico, naquela cova de leões, naquele habitat de gigantes, naquela escola da
vida em plenitude, entre tantos homens e mulheres brilhantes que me serviram de
referência, exemplo e encaminhamento para minha jornada que considero
vitoriosa, com as bênçãos do Pai Celeste, me cabe aqui, neste momento, destacar
uma personalidade ímpar, que é a de Antônio Fábio.
Eta sujeito
estranho!!! Eta sujeito fora dos paradigmas preconcebidos...
Dado à criatividade e
inovação, espírito irrequieto e audaz, nos idos anos de 1977 encontrei-o
exercendo a arte de elaborar cadastros impecáveis, no Setor de Operações do BB.
Lá estava ele atrás de sua máquina de escrever Remington, com óculos no rosto,
cabelos já raros, cabeça grande para caber muita inteligência e um olhar
flamejante que só possuem aqueles que buscam o que está visível somente além do
campo da matéria, para que ali se possa nutrir de modo a adentrar no espaço
infinito da arte, da cultura, da intelectualidade.
Lá estava o imparável
A. Fábio!!! E assim segue sem parar, até hoje 36 anos mais tarde, aos seus 74
anos de vida bem vivida.
Olha, esse cidadão,
esse ser humano, esse pai de família, esse marido, colega e amigo exemplar, não é mole não. Com pilhas
alcalinas de enésima geração, não dá um minuto que seja de sossego para sua
inquietude e desejo de produzir arte, cultura, saber, humanidade.
Lembro-me como se
fosse hoje da invenção dele de colocar um pé de sapato e um pé de sandália para
indicar respectivamente o banheiro masculino e feminino na nossa AABB -
Associação Atlética Banco do Brasil, de Rio Pomba - MG. E tudo isso com moldura
e adornos artisticamente muito bem elaborados. Para mim, isto foi um show
inesquecível e à parte no momento da inauguração da sede social daquele Clube.
Gesto de poesia concreta que em mim despertou sentimentos e um olhar para o
campo da arte, que até então eu desconhecia.
Uai sô... Mas, assim é
ele!
Antônio Fábio tem que
criar, tem que se apresentar, tem que se meter nos espaços disponíveis, ainda
que por vezes seja por isso incompreendido, e ele sabe de tais riscos, que
maneja com maestria. Tem jeito com esse homem não. É sua essência que clama por
esse embate intelectual interminável, para o qual ele altruisticamente quer
trazer novos comparsas, novos cúmplices, novos sujeitos.
Uma prova a mais
dessas suas características é o seu novo trabalho, ainda em processo de
cozimento, intitulado Antologias Poemáticas da Cidade Sedução, para o qual
insistiu em solidarizar-se com aqueles que ele crê que podem exercer um pedaço
da sua imensa capacidade literária e artística, inclusive incluindo-me.
Bendito Antônio Fábio,
profeta de verdades disfarçadas de mentiras, que tece na teia da sabedoria só
para criar causos e causas. Bendito seja! Que sigas brilhando para todo o
sempre!!!
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