terça-feira, 15 de maio de 2012

- RÉVEILLON, SUA HISTÓRIA E ORIGEM

                                              (Crônica publicada em “O Imparcial” de 18.01.2004)
Réveillon em Cabo Frio
      Este não é um assunto que se esgota com uma canetada, daí a necessidade de voltamos a falar dele. Acho que é de grande valia sabermos sobre sua cultura. Não estamos tirando conclusões sobre fatos, estamos, apenas, relatando-os. As conclusões, caro leitor, tire-as você. Na pior das hipóteses, faça o seguinte: pegue este jornal que você está lendo agora e guarde-o. O difícil será aguardar com otimismo e paciência, o dia 25 de fevereiro. O que há neste dia? A Quarta-Feira de Cinzas – ou melhor, o verdadeiro 1º de janeiro. Daqui a alguns anos releia-o e veja se alguma coisa mudou para melhor, é claro. O tempo dará razão a quem a tem.
      “A chegada do ano novo passou a ser comemorada no dia 1º de janeiro, no ano 153 a.C.” Não tenho gostado das gozações recebidas de pessoas de fora afirmando que começou naquela data, mas em Rio Pomba, terminou agora logo no início do ano. Não é verdade. Brincadeira sô! “Antes já se festejava o recomeço do ciclo anual, no período que equivale ao dia 23 de março – a comemoração durava 11 dias. Havia uma lógica para a escolha dessa data, feita pelos babilônios (onde é o Iraque hoje) dois mil anos antes da era cristã: o final de março coincide com o inicio da primavera no hemisfério norte – onde ficava a Babilônia -, época em que novas safras são plantadas. Daí a idéia de recomeço. Foram os romanos que determinaram, aleatoriamente, que o Ano Novo deveria ser comemorado no dia 1º de janeiro. A nova data foi reconhecida como dia do Ano Novo com a introdução do calendário gregoriano na França, Itália, Portugal e Espanha, em 1582. O calendário gregoriano é quase universal. Mesmo em alguns países não-cristãos, ele foi adaptado às próprias tradições ou adotado apenas para uso civil, mantendo-se outro calendário para fins religiosos”.
      Réveillon: palavra de origem francesa. O verbo reveiller significa “despertar” e foi adotado de forma poética para se referir ao “despertar de um ano novo”. Os brasileiros que costumavam viajar à Europa trouxeram a expressão no início do século 19. As cores do ano novo: branco – sorte; amarelo – dinheiro; rosa – amizade; vermelho – paixão; azul – saúde, verde – esperança; marrom ou bege – trabalho. Superstições: pular sete ondinhas, comer sete uvas e guardar os caroços, comer uma colher de lentilha, chupar sete sementes de romã, guardar uma folha de louro na carteira. Iemanjá: entidade feminina mais respeitada do candomblé. No Réveillon, três rosas, moedas e perfume são as oferendas mais comuns à rainha do mar e, de acordo com a religião, é importante não dar as costas para o mar após a homenagem. Curiosidade: No início da era cristã, a Igreja Católica considerava as festividades do Ano Novo uma celebração pagã. A data só passou a ser comemorada livremente (livremente – repito – entendeu a sutileza?) pelas nações ocidentais há 400 anos, quando a Igreja criou sua própria interpretação do significado.
      Já estamos em 2004. Em vez de olhar para o passado, requentando notícia velha, devemos mirar o futuro. Os juros e a inflação estão caindo, a atividade econômica dá sinais de recuperação desde novembro, muitas reformas já foram aprovadas pelo congresso, é ano de eleições municipais – enfim tudo indica que teremos um 2004 melhor que 2003, inclusive em Rio Pomba. Será que estou sonhando o sonho errado? Será que tem gente se acovardando e se acomodando? Será que para se ganhar e/ou solucionar problemas tenhamos que fazer treino de classificação, pit stop, grid de largada, pole position, musiquinha da vitória, banho de champã, ou o que quer que seja? Do ano passado ficaram a vaca louca, que voltou a atacar, porém em outras paragens e a vaca da Parmalat. De 2003 ficou a certeza de que as guerras modernas não foram feitas para ganhar, mas para eternizar problemas. Os problemas do Afeganistão e do Iraque estão se tornando insolúveis, o de Rio Pomba, não. Espero. Aqui aconteceram coisas inusitadas nesse réveillon, mas não necessitamos matar gatos, como os chineses, para sanar o problema da gripe asiática. Graças a Deus nossa vaquinha do presépio do Natal continua a simbolizar o nosso lado bom. Este fato já pegou muito mal para as cores rio-pombenses. Precisamos de diálogo e acabar com trololós, já que a culpa é do mordomo que no tribunal, indagado pelo juiz assim se explicou: - pois foi assim senhor juiz: estava eu na cozinha com a faca de cortar presunto. Nesse momento entrou a minha mulher, tropeça, cai sobre a faca que a espeta no peito. – Sim... Diz o juiz – Continue... – Pois foi assim... Sete vezes!!!
      Neste réveillon, com muitos decibéis, já vimos à queima de fogos no palácio da Alvorada em Brasília. Em Londres à beira do rio Tâmisa, em Edimburgo, na Escócia, em Berlim, em Paris na Av. Champs-Elysées. Nos Estados Unidos comemorado diversas vezes, na Rússia, 11 vezes, tudo em razão dos diversos fusos horários. Em Bagdá (berço do réveillon), infelizmente os decibéis foram incalculáveis com explosões de carros bomba. No mundo inteiro o réveillon foi comemorado. Só quem já passou o réveillon no Rio e em Cabo Frio, que está comemorando seus 500 anos, é capaz de entender porque é o segundo evento turístico da cidade maravilhosa e o primeiro da cidade mais limpa e alegre do Brasil. Afinal, em que outros lugares do mundo, dois milhões de pessoas reúnem-se em um cenário deslumbrante vivendo um momento mágico, inesquecível, emocionante e incomparável? Se você não quiser muitos decibéis na cuca não vá a CABOFOLIA, de 22 a 25 deste mês em Cabo Frio, porque lá teremos Terra Samba, Babado Novo, Cheiro de Amor, Ara Ketu, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo e Asa de Águia, muitos foguetes e muito som. O Réveillon no Brasil foi festejado 4 vezes devido ao fuso horário. Em todas as capitais, cidades históricas e outras, inclusive Tabuleiro e Silveirânia. Esperamos que nossas soluções, mesmo que light, não deixem um travo muito amargo na boca. Não é necessário ser profeta para prever que em Rio Pomba, no ano que vem teremos Réveillon.

"Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos."

                                                     (Jesus Cristo)




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