domingo, 15 de agosto de 2010

- Beco da macumba

BECO DA MACUMBA
31.08.2003



        É! Parei uns dias de escrever, por motivo de força maior, mas estou aí de volta atendendo inúmeros pedidos, inclusive o da nossa diretora, a amiga Carmen Lúcia. Nesses dias, senti-me com se fosse um náufrago que teria atirado às ondas mensagens engarrafadas. As respostas retornaram à ilhota através de um e-mail, um telefonema, um apelo, como se isso fosse possível num mundo que não o da imaginação. Aí pensei: Não posso me calar diante de tantos fatos deste mundo globalizado.
        Você vê um Meligeni ganhando uma medalha de ouro nesse Pan-Americano de Santo Domingo, na República Dominicana. Ele que nunca teve tênis de campeão, mas sempre teve alma de herói e nasceu para viver epopéias. Ser herói não quer dizer que seja necessariamente vencedor, mas dessa vez ele fez jus a ambos. Você vê que no ano passado os bancos auferiram, R$ 27 bilhões só com a cobrança de taxas de serviços, resultantes de Docs, consultas e saques eletrônicos, receita praticamente líquida, pois os custos dessas operações são ínfimos, apenas com a manutenção das máquinas e energia elétrica. Essa sistemática vem contribuindo para a extinção da classe bancária. Aí fico pensando: Por que o governo, apenas como alternativa, não criou um imposto de 10% sobre esses ganhos extraordinários? Se o fizesse, teria obtido uma receita maior que a taxação dos inativos e pensionistas, que nos últimos oito anos tiveram seus proventos reduzidos por uma inflação de quase 100%, não considerada nos modestos e vergonhosos reajustes salariais concedidos de l%. Você vê que a educação necessita de investimentos no aspecto qualitativo. A TV que os nossos jovens se valem hoje somente mantém uma função praticamente informativa. A escola ainda é a única instituição que consegue manter acesa a esperança no exercício da cidadania. Precisamos formar leitores críticos, conscientes, elementos de transformação e mudanças dentro da sociedade. Você vê um apagão nos Estados Unidos. Enquanto lá escuro, aqui tudo azul, graças a Deus. Não podia imaginar que ainda viriam os megaescândalos financeiros e um inacreditável blecaute que deixasse milhões de pessoas sem luz e andando a pé, incluindo idosos e pacientes de hospitais. Tudo em um país que se pretende a polícia do mundo, dita regras de progresso técnico-científico, modelos econômicos, financeiros, etc. Uma superpotência com um sistema de energia de Terceiro Mundo. Pareceu-me cenas daqueles filmes que eles mesmos produzem de ficção científica. Aí percebi que isso não foi profecia do Osama bin Laden e nem do Saddam, e sim, inconscientemente, de toda humanidade lembrando-se de Hiroshima naquele fatídico 06.AGO.45, quando morreram mais de 60 mil pessoas. A partir daquela data, o medo do terrorismo passou a fazer parte do inconsciente dos americanos, embora muito bem camuflado sob o sorriso do sucesso. Aí pensei: quem sabe o terrorismo não esteja nas mãos dos outros, mas em nossas consciências? Acredito que levará muitos anos até que a paz de espírito e a tranqüilidade voltem a reinar naquelas terras, mas que aconteça. Amém.
        Nossa Senhora! Perdi-me outra vez. O negocio é o beco da macumba. Pode parecer estranho este nome, mas é aquele pelo qual é conhecida a rua que fica atrás do campo do Pombense. Às vezes fico me perguntando: Não seria mais apropriado chamá-la de Beco do Brejo, Macumba do Beco, Brejo da Macumba? Trata-se de uma rua esburacada e cheia de água o ano inteiro, faça sol ou faça chuva. Você já viu brejo em cima de asfalto ou calçamento? Pois lá é assim. Não tem bueiro e as residências despejam as águas de suas lavações na rua, tornando-a intransitável. Parece mais um brejo. Tem gente lá que tira seu carro da garagem, deixando-o nesta rua, já de bastante trânsito, piorando a situação.Tem um quebra-molas logo no início da subida do morro, possibilitando quebra de diferencias e caixa de marcha de caminhões que por lá transitam. O quebra-molas que sobe é o mesmo que desce. Lembramos que para descer também tem que frear, segurar o carro. Para você descobrir o nome da rua, você tem que subir bastante por ela para encontrar a placa: “Rua Francisco Vieira Bomtempo”. Sugerimos colocá-la logo no início da Rua, na esquina, por óbvio. Mister também seria melhorar o calçamento e colocar bueiro, e conscientizar os proprietários no sentido de colaborar não derramando água na rua, desnecessariamente. Tudo, em respeito e homenagem ao homenageado que deu nome à Rua, Sr. Chiquito Bomtempo, como era conhecido. Casado com dona Nenéia, o Sr. Chiquito era pai de 11 filhos, inclusive do meu compadre e amigo Paulo Bomtempo que sempre teve sede de justiça. Coletor de espórtulas, que nem eu, mesmo menino, consegui me desvencilhar. Juiz de Paz deste município por longos 18 anos, médico de animais e de almas, dado ao seu fervor católico transmitido aos seus filhos e a todos com quem conversava. Sr. Chiquito, nossa saudade e aos seus familiares, nosso respeito.
        Acreditamos nas soluções propostas. Sou um otimista de nascença. Acreditamos que tanto o otimismo, quanto o pessimismo, desde que sejam consumidos em quantidades moderadas e de acordo com as circunstâncias, não causa danos graves à saúde do consumidor. Dependendo da situação, uma dose de otimismo pode ajudar o sujeito desanimado a superar a passividade, a tomar iniciativas e se por em movimento. Por outro lado, quando as pessoas estão se recusando a enxergar sinais de tempestade, uma dose de pessimismo pode levar o sujeito a se preparar para a chegada da chuva, sem se deixar surpreender por ela.
NOTA de 16.07.2010 - A bem da verdade, o ex prefeito Giovane Bahia sanou todos os problemas da rua e adjacências.

Nenhum comentário:

Postar um comentário