quarta-feira, 25 de agosto de 2010

- Passear no passeio, nem pensar... Não tem jeito.

PASSEAR NO PASSEIO, NEN PENSAR... NÃO TEM JEITO.
SUBSÍDIO (O Imparcial de 15.06.2003)



            Eram 11 e pouca da manhã. Podia ser de manhãzinha ou de tardinha, mas não era. Era por volta de 11:20h. Não num lugar qualquer, mas outra vez em frente à bonita e bem montada agência da Caixa Econômica Federal, onde trabalham diversos amigos meus. Estava voltando dos Correios, onde fui colocar uma carta para meu filho que está morando nos States. Naquele dia, ainda não tinha conversado com Mundinho do Posto. Elemento competente esse Mundinho. Boas idéias! Estava vindo pra casa, a aula do Colégio Regina Coelli acabando e do Ginásio também. Vou falar Ginásio mesmo. Vocês entenderam, não é verdade? No alto, o céu era de um azul entrecortado de nuvens. Estava frio. O sol oblíquo, em virtude das tais nuvens, ainda não conseguira vencer aquele pequeno prédio da farmácia do Zé da Farmácia, hoje o prédio da Caixa. Por incrível que pareça, este prédio era afastado uns 3 a 4 metros. Nos fundos, havia e ainda há um grande espaço para eventuais aumentos da área útil. Parece que tudo quanto é instituição financeira tem que tirar uma lasquinha. Tem que ganhar de alguma maneira, geralmente com a anuência dos governos. Não estão nem aí para os outros. Vejam que os bancos sempre estão a aumentar os seus lucros pelas políticas econômicas de todos os governos. Gostam de levar vantagem em tudo, como teria dito o Gérson, o canhotinha de ouro. Pois bem, a Caixa acresceu suas dependências colocando uma rampa (de interesse particular) para dependentes físicos sobre o passeio, ocupando, mais ou menos, 30% dele e ganhando espaço destinado ao transeunte comum. Um absurdo. Não somos contra essas rampas para dependentes físicos. Temos até uma filha de 27 anos excepcional. Mas ela não pode mesmo se valer deste tipo de coisa, infelizmente, dado o seu grau de comprometimento. O problema é o lugar onde a rampa foi colocada. Se pelo menos o prédio já tivesse sido feito assim. Mas não foi. Ele era afastado, como já disse, mas poderia ter sido aumentado pra frente da rua deixando os 1,20 cm da tal rampa no espaço interno da Caixa, não se prejudicando, não prejudicando o povo e nem tirando a estética da bonita Avenida. Voltando “à vaca fria”, estava retornando dos Correios e, em frente à Caixa, não me coube junto com os alunos que vinham do Ginásio e os que estavam saindo do Colégio Regina Coelli. Isto porque a tal rampa ocupava grande espaço do passeio. E olha que eu sou pequenininho! Se vier então uma família (pai, mãe e dois filhos), de mãos dadas ou não, como é comum aqui, quem vier em sentido contrário tem que esperar. Seu trânsito, livre e solto, foi impedido. Este passeio sempre foi um dos orgulhos da cidade. É um precedente inqualificável. Agora todo o comércio tem o direito de fazer isto também daqui pra frente. Você não acha, ou os direitos não são iguais? O direito de um acaba quando começa o do outro. Às vezes, fico pensando que a gente devia entrar num acordo: os veículos, carros, motos e bicicletas nas ruas; as mercadorias dos comércios, inclusive bancários, no seu interior; e os transeuntes nos passeios. Vocês não acham? Mas não é isto que está acontecendo. Os passeios estão sendo invadidos por interesses particulares. Como teria dito o Boris Casoy: “Isto é uma vergonha”. Podem andar pela cidade toda e verão mercadorias expostas em cima deles prejudicando as pessoas. Já vi uma senhora de uns 70 anos andando com dificuldade, sair do passeio por falta de espaço, de costas para o trânsito, colocando sua vida em risco, desnecessariamente. Isso na rua do Clube dos Trinta. Aqui na praça isto acontece muito também. Fica “coei”, meu povo! Fica esperto. O Márlon (meu filho) gosta de falar assim. Ele está certo. Outra coisa: as bicicletas estão andando muito nos passeios. Quando eles existem, porque na Av. Dr. José Neves, principalmente, existe um longo trecho que permanece, há anos, sem o mínimo de cuidados, e ainda sem passeio. Pasmem! Deixado a Deus D’ará. O Subsídio já escreveu uma matéria intitulada “A vez de quem está a pé”, isto também nas páginas deste jornal, em 27.JAN.2002. Não custa relembrar de alguns alertas: Pedestre – Nas Ruas: não seja infrator, ande na linha – Nos Trilhos: não ande na linha senão o trem pega. Senhores motoristas, quem estiver atravessando a rua sempre terá a preferência de passagem. O CICLISTA, empurrando a bicicleta, pode ser equiparado ao pedestre em direito e deveres. Pedalando tem que obedecer às leis do trânsito. Você já viu uma bicicleta, por exemplo, em Juiz de Fora, na Av. Rio Branco, na contramão. Isso é uma constante nas nossas ruas. Lembramos, outra vez, que o ciclista que conduzir sua bicicleta NA CONTRAMÃO ou nos PASSEIOS, onde não seja permitida a circulação, está sujeito à multa e remoção da bicicleta. A multa nesse caso é considerada de natureza leve e o seu valor é de R$ 23,00.



            Somente a morte não tem solução. Esta tal rampa da Caixa pode ser transferida para a porta principal e, conseqüentemente, para o seu espaço interno. Claro, com compreensão e boa vontade. O Banco do Brasil tem uma rampa com a mesma finalidade, porém no seu espaço interno. Um exemplo a ser imitado.


“Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir”. (Machado de Assis)

NOTA de 16.07.2010 – O problema persiste. Após sete anos nada resolvido. Agora a CEF fez outra rampa em substituição à anterior com os mesmos defeitos acima mencionados. Poderia tê-lo feito no espaço interno da Caixa, não se prejudicando, não prejudicando o povo e nem tirando a estética da bonita Avenida. Espaço sempre teve e continua tendo.

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