domingo, 15 de agosto de 2010

- É proibido fotografar

          É PROIBIDO FOTOGRAFAR
                                             (13.06.2006 - Crônica não-publicada)


          Quem nunca ouviu esta frase: “não pode fotografar aqui”, que atire o primeiro chik. A frase sai da boca de seguranças, gerentes, diretores, do comércio, de residências, instituições públicas e privadas. Nas minhas andanças, coletei uma infinidade de histórias que agora divido com você. É verdade que eu sou meio criador de caso e meus relatos se avolumam um pouco demais da conta, mas mesmo assim, vale a crônica e a crítica. Ah, em tempo: proponho aos leitores, fotógrafos profissionais ou amantes do clik que passem a adotar o adesivo “aqui pode fotografar”, e coloquem aonde forem bem recebidos.
          Por que é proibido fotografar no interior dos shoppings daqui de Lisboa, perguntei ao Eduardo?... Segundos de silêncio e...:”Porque abriram brechas para a espionagem entre lojistas, copiando-se vitrines e outras idéias, penso eu”. Respondi-lhe: isto já aconteceu comigo em Miami também onde pretendia buscar inspiração!
          Numa outra e divertida situação fotografei, a Fernandina que nem saiu na retrato. Um jeitinho brasileiro! Escolhi como fundo, quadros e mais quadros maravilhosos e diversos vestidos da moda. Mal comecei os cliques, veio o primeiro segurança, alertar que era proibido fotografar ali. Isto no Shopping Vasco da Gama, em Lisboa. Pensei até em chamar a polícia para me defender. Ponderei: como eles iriam nos considerar: um estrangeiro? Um imigrante? Gringo? Expatriado? Qual seria o termo mais bem aceito para definir uma pessoa que mora fora de seu país de origem? Os chamados politicamente corretos? Deixei pra lá e saímos do Shopping!...
          Sempre que me acontece algo semelhante, falo com outras pessoas para ouvir suas opiniões. Quando me ocorre algo similar já vou logo dizendo: chame o gerente Fulano, “falem com o Dr. Fernando do marketing corporativo internacional que ele já está sabendo de tudo; rápido o Dr. Fernando! Até descobrirem que não existe Dr.Fernando, já era! O chique em fuga já estava feito”.
          Acredito que já é chegada a hora de discutirmos as questões relativas ao direito de imagem, não podemos esperar que as definições legais e culturais a respeito do que pode ou não, sejam tomadas sem a participação de fotógrafos de verdade. Um Spert no assunto, é claro.
          O que será? Um resquício de ditadura, onde todos tinham algo a esconder ou será medo? Será? Ou apenas uma moda que pegou a todos, sem saber porque, a imitam: é proibido fotografar e pronto! Está na hora de prestar atenção nestas questões. Se não, em breve estaremos proibidos de contar nossa própria história.

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