domingo, 15 de agosto de 2010

- Carta aberta para o meu número dois de além-mar, ora pois pois

 CARTA ABERTA PARA O MEU NUMERO DOIS DE ALÉM-MAR, ORA POIS POIS!!!


Rio Pomba (MG), 02 de maio de 2005.

            Caro Eduardo, não tenho lido seus e-mails. Por que? Porque você não os tem feito. Sumiu. Não tem dado mais notícias. Estamos preocupados. Ficaria muito mais aliviado e feliz sabendo que vai tudo bem ai com você: a saúde, o trabalho, as mulheres. Temo que fique por ai de vez. Há dias que penso que seria bom negócio se bom negócio pra você. Preferia-o perto de nós.
            Se você vir um cara muito parecido comigo em um shopping ou até mesmo no metrô daí. Talvez seja eu mesmo. Se o encontrar de novo, diga que preciso de uma horinha comigo mesmo.
Se você ler na internet notícias daqui, não se assuste porque continua assim mesmo: o bicho pegando. Está, não está. Tudo continua dando um jeito de continuar na mesma. Mesmice. Nossos amigos barrigudos de sunga continuam tomando cerveja nas barracas de Cabo Frio e chope nos botecos da vida, no país inteiro. As meninas com pouca roupa (ainda bem) ou com roupa de lycra continuam rebolando para o nosso deleite. Os filhos continuam sendo bem mais altos do que os pais – se continuar assim teremos netos de 2 metros de altura. Eu, da minha parte, continuo bebendo minha cervejinha nos fins de semana com a querida Fernandina. É o único jeito de ficar alto.
            O nosso Mengão continua na eterna hora de se ver na segundona. Um martírio!... O Júnior Baiano continua aprontando das suas. Já foram sete técnicos em 16 meses. O Fluminense levou o título do estadual num jogo roubado (como sempre) e a seleção do Parreira na mesmice de um técnico presumível. Que saudades do seu amigo Felipão, o corajoso!!! A maioria dos nossos amigos continua encostada nas casas dos pais, reclamando da vida, sem emprego e sem grana. A TV continua cada vez pior e batendo recordes de audiência. Não sei quem são os maiores bandidos e quem manda mais bala, se a polícia, se os traficantes. E o povo aqui na mesmíssima, no meio do tiroteio, principalmente no Rio. Uma vergonha!...
Eu e Fernandina procuramos nos esquecer disso e não ter medo de nada, já que um dia vamos ter que partir mesmo... Procuramos viver o hoje, já que o amanhã a Deus pertence. Diz a Bíblia: ”Não vos preocupeis com o amanhã, o amanhã terá seus preocupações próprias”. Isto não quer dizer que não temos que nos aperfeiçoar e buscar por dias melhores. Só temos essa vida...
            Os adolescentes de hoje estão mais barrigudinhos e estão perdendo a adolescência. Quando acordarem de seu olhar de zumbis, difusos, ermos, mendigando sentido, talvez já seja tarde. O tempo não perdoa!!!
            Eduardo, isto só nos dá pena e a certeza de que temos que procurar ver tudo isso para que, nos servindo de exemplo, possamos trabalhar com dignidade e paz porque dias melhores virão. Novidade mesmo é que o Cláuton e Fernandina pararam de fumar, o Márlon e Anna estão se dando muito bem nos States e a Marina dormiu aqui em casa, passou o aniversário do Márlon e dormiu aqui e em BH quando eles voltaram para Miami. Quando o céu escurece sobre nossas cabeças tem sempre aparecido um ar-condicionado nos iluminando, se é que isso é possível. Essa nem eu mesmo gostei. Mas que a gente fica com a cuca mais fresca, isso fica. Deixa pra lá.
            Eduardo desculpa tanta chatice é que eu hoje estou sem lugar. Acho que preciso de um tempo por ai. Ano que vem, talvez. Vamos ver... É mesmo verdade que na Inglaterra não tem chope gelado? Você não deve saber ainda.
            Essa Lisboa deve ser bonita mesmo. Você nem nos manda mais notícias. Na verdade a gente se acostuma com tudo em qualquer lugar, não é?
Boa sorte. Manda notícias. Não me leve a mal. Dê um abraço nos Vinicius e na Iramira.
                    Beijos.
                    Um grande abraço.
                                        Bênçãos.

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