quarta-feira, 25 de agosto de 2010

- O caso do cachorro

         O CASO DO CACHORRO
               Crônica do autor no jornal O Imparcial de 14. ABR.2002



           

            Não, não riam ainda. Na Fazenda Vargem Grande, do saudoso sogro Amantino Quintão, exemplo de dignidade, caráter, espírito comunitário e familiar (aprendi muito com ele), fizemos uma área de lazer com campo de vôlei e peteca, campo de futebol, um barzinho debaixo do pé de manga com churrasqueira, forno pra bafo, namoródromo, freezers e um bom açude. Tudo com muita água e luz. Uma das finalidades, também, foi a de fazer com que o homem da roça se sentisse mais valorizado em seu habitat. O campo, no início, tinha 80 X 50m, depois passou para 60 X 40, hoje ele está com 40 X 30. Agora eu faço assim: chuto a bola, onde ela bater finco a trave e aumento o gol. Tenho que fazer gols de qualquer jeito. Ao redor do complexo plantei muitas árvores ornamentais: ipês amarelos, roxos, acácias de diversas cores, hibiscos híbridos, mussaendas (branca, vermelha e roxa), alamandas e bouguevilles de diversas cores, palmeiras imperiais, flamboayans ... e um bom pomar.
            Em uma das vezes, necessitei vir à cidade para pegar uma moto serra. Dirigi-me à casa do Chico da Serra na rua da Cadeia, rua Messias Pereira Bahia, no fim da rua, lá em cima do lado esquerdo. Em frente a casa do Chico, gritei por ele. Pelo buraco da cerca de bambu, recepcionaram-me dois cachorros de raça fox c/ vira-lata (acho). Por minha sorte, só cabia um de cada vez no tal burraco. O primeiro cachorro eu o rechacei com uma tremenda bicuda e ele foi parar do outro lado da cerca, caim, caim, caim... O outro veio e crau na minha perna. E mordia e mordia e grunhia e grunhia. Apertei a garganta dele e nada... grannn, graunnn. Quando vi que não tinha jeito, meti o dente no cachorro também. Tá, podem rir um pouco. Depois da dentada e apertada na garganta, ele me largou, mas o outro cachorro resolveu me atacar outra vez; aí eu, com o cachorro que estava na minha mão, dei uma cachorrada no outro cachorro e saí correndo. Pulei a cerca de bambu da casa da frente e ainda sentei a cabeça na porta. E todo mundo rindo, rindo. De posse de um porrete, parti para cima dos cachorros. Pensei: se com dente consegui enfrentar ...
            Com o porrete melhor ainda. Fui pro hospital, evidentemente. Contei o caso para as enfermeiras e para o dr. Eli, que riram bastante. Não sei por quê. Não foi com eles! A ocasião e as circunstâncias nos levam à atitudes, às vezes... Fizeram as limpezas e os procedimentos médicos. Aproveitei a oportunidade e palitei os dentes sujos de cabelo de cachorro. Falei: vou matar esse cachorro desgraçado, no que o dr. Eli retrucou: você sabe se esse cachorro foi vacinado? – Sei não, mas tenho certeza de que eu não fui vacinado e também mordi o cachorro. Se quiserem podem se esbaldar de rir.


Before you speak, listen. Before you write, think. Before you spend, earn.
Before you judge, wait. Before you pray, forgive. Before you quit, try.
(Antes de falar, escute. Antes de escrever, pense. Antes de gastar, ganhe.
Antes de julgar, espere. Antes de rezar, perdoe. Antes de desistir, tente.)
                                              (desconhercido)

Receitas Cultura Humor

Antônio Fábio

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