sábado, 28 de agosto de 2010

- O Brasil é a bola da vez do mundo

O Brasil é a bola da vez do mundo

             (Crônica  publicada no jornal O Imparcial em 18.10.2009)



Com licença do Tom Jobim, minha alma canta. Hoje, mais do que Cidade Maravilhosa, o meu, o nosso Rio de Janeiro é Cidade Olímpica! Viva o Rio, viva o Brasil. A escolha teve a seu favor a beleza natural da cidade, a brilhante exposição do presidente Lula, a alegria do carioca, fruto de miscigenação racial do povo brasileiro. No momento em que o mundo vive uma crise financeira o Brasil se saiu muito bem. Este, penso, que tenha sido o item que mais pesou para a nossa vitória. Foi uma vitória do Rio, do Brasil, de toda a América do Sul. A César o que é de César. O Brasil venceu pesos pesados como Madri, Tóquio e Chicago e a partir daquele momento ficou mais carioca e o mundo mais brasileiro mostrando que é a bola do vez do mundo.
            A escolha dos delegados do COI em Copenhague, na Dinamarca, por 63 a 32, dados a Madri é um carimbo indelével em uma campanha profissional em todos os aspectos e que, ao contrário das outras duas vezes em que disputamos, produziu um conjunto de propostas tão convincentes quanto tecnicamente bem amarrado. Destaque para João Havelange, o brasileiro que, quando presidente da Fifa, uniu os cinco continentes em torno do futebol, aproximando raças, religiões e idiomas. Agora como único membro do COI (não votou), mas fez um trabalho de meio de campo muito bom de convencimento de seus membros a favor da escolha do Rio.
A escolha para sediar os jogos de 2016 resgata o Rio como uma metrópole mundial.

            Estamos em festa, com toda justiça. Afinal o Rio derrotou os reis da Espanha e sua sisuda e rabugenta delegação e até mesmo o indiscutível carisma do casal Obama na defesa de Chicago. Vendo os filmes apresentados no evento, já se permitia uma torcida muito positiva: ao contrário dos concorrentes. A cidade muy leal que Estácio de Sá um dia fundou foi mostrada como um lugar de espaços amplos, tanto para deixar claro que abrigar os jogos seria possível, como para demonstrar que aqui todos são sempre bem-vindos, rivais ou não de candidatura.



            O presidente Lula apostou todas as fichas, expôs a sua liderança ao risco de uma derrota e agora carrega a carga de abrir mais uma gigantesca frente de obras, que envolve governadores e prefeitos ao custo de alguns milhões. Nosso presidente acertou em todos os lances, alguns de ousados riscos. Foi uma vitória, de autenticidade do povo brasileiro que o Lula soube encarnar. Seu primoroso discurso que fez de improviso, com a ênfase de fazer inveja ao William Bonner, revelou a sua aplicação para brilhar para uma platéia que reunia os principais líderes do mundo, não apenas nos esportes mas na política. Mesmo sem ler, Lula falou no tom exato e elegante, sem um erro e com excelente jogo cênico nas voltas para todos os ângulos do auditório. A oposição, agora, mais do que nunca terá que engolir sem fazer careta. É provável que muita gente tenha preferido que fôssemos derrotados a engolir, mais uma vez, os êxitos do metalúrgico. O presidente Lula passa a impressão que descobriu o segredo de Midas transformando em ouro tudo que toca. Gostei da brincadeira dele: “Nós podemos, plágio do We can do Obama. Lula roubou a cena como o grande herói do dia. – Se eu morresse agora, já teria valido a pena viver. Conquistamos a cidadania absoluta – disse Lula, antes de entrar na coletiva de imprensa, onde desabou em lágrimas enquanto o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, discursava. Confesso que também chorei quando vi a emoção do nosso presidente.

            O Brasil é o País do momento. Está em grande posição de destaque no cenário internacional. Nós já éramos sinônimo de tudo bem, agora somos sinônimo de tudo perfeito. O real é a moeda que mais recuperou em 2009 frente ao dólar, com valorização de 32% ao ano. Nossa economia já deixou para trás a recessão e nosso consumo interno está nas nuvens. O Brasil está entre os fabricantes líderes de produtos tão distintos como aviões, café, soja, ferro, aço, têxteis e equipamento elétrico. Nos últimos 15 anos a pobreza no Brasil caiu de 36% para 18%. As previsões de economistas são de uma redução a 8% da pobreza nos próximos cinco anos. As recentes descobertas de petróleo em alto mar ratificam essas estimativas. Há que se calcular 80 milhões de pessoas (sobre um total de 190 milhões) que estão se incorporando à classe média. A Copa do Mundo de 2014 no Brasil e a Olimpíada de 2016 devem ter reflexos em ganhos de milhões de dólares para os nossos cofres. Obrigado Lula, obrigado!!!
Vendo o Redentor onipresente, só mesmo como diz Gilberto Gil: “Salve o Rio de Janeiro, aquele abraço. Todo povo brasileiro, Aquele abraço!”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário